segunda-feira, 13 de junho de 2011

PALESTRA NO COMPED 2011 - JARDIM EDILENE - JOINVILLE - SC


PALESTRA 01
PROPÓSITOS BÍBLICOS: AS PRIORIDADES DE JESUS PARA SUA IGREJA

TEXTO BÍBLICO
Mateus 28.19-20: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém”. (ACF)

I – INTRODUÇÃO
A sabedoria nos diz que devemos sempre fazer primeiro aquilo que é prioritário. Até porque, a vinda do Senhor está próxima (Rm. 13.11) e devemos remir o tempo (Ef. 5.16). Prioridade é aquilo que tem anterioridade na ordem do tempo, ou seja, é tudo que tem preferência e primazia. Para que possamos ter uma ED atual e atuante e uma Igreja discipuladora devemos trabalhar nas prioridades.
Como descobrir quais são as prioridades no Reino de Deus? Descobriremos as prioridades da Igreja na Bíblia Sagrada, visualizando os PROPÓSITOS que o Senhor Jesus deixou para sua Igreja.
No dicionário propósito é definido como deliberação, intenção, resolução, decisão, modo sisudo, prudência, juízo, tino, relação. O uso do dia-a-dia define propósito como objetivo final a ser alcançado. Usaremos para embasar nossa tese também a ideia de propósito no sentido de intenção, resolução, objetivo e prioridade.

II – DESENVOLVIMENTO

1.    OS PROPÓSITOS BÍBLICOS DE CRISTO PARA SUA IGREJA
Quando lemos a declaração de Jesus em Mateus 16.18, notamos que o Senhor, ao falar da edificação de Sua Igreja, cita o sólido fundamento “sobre esta pedra”, (Gr. Petra i.e. rocha) que é o próprio Cristo, a rocha bendita e eterna (Ef. 2.20 e 1 Co. 3.11).
Não obstante, o Senhor Jesus em Mateus 7.24-25, disse que “todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; e desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha”. Entendemos que a Igreja do Deus vivo, coluna e firmeza da verdade (1 Tm 3.15), está firmada em Cristo: Sua Pessoa e Suas Palavras. O maior empreendimento da história (a Igreja), não poderia existir sem propósitos (Rm. 8.28; Ef. 3.2-10). Portanto, os propósitos bíblicos da Igreja, se baseiam nos ensinos e obras do Senhor Jesus Cristo.
Quais os propósitos (intenções, objetivos, prioridades) de Jesus ao constituir a Sua Igreja?
Encontramos a resposta a esta pergunta em duas passagens áureas dos Evangelhos: a Grande Comissão (Mt. 28.19-20) e o Grande Mandamento (Mt. 22.36-40). Conforme Stanley Horton, escreve na obra Doutrinas Bíblicas: os fundamentos da nossa fé, a Igreja existe para a “evangelização do mundo”, “ministrar a Deus” e “edificar um corpo de santos (crentes dedicados)” (in Lições Bíblicas Mestre, 2º Trimestre de 2011, p. 31. CPAD). Vemos também que o pastor brasileiro Geremias do Couto, nas Lições Bíblicas do 1º Semestre de 1996, discorrendo sobre as Prioridades da Igreja, lista três propósitos principais da Igreja de Cristo: Evangelização, Comunhão e Adoração.
Concluímos assim que no círculo teológico pentecostal existe uma concordância na interpretação com relação aos propósitos principais, e pequenas divergências nos propósitos secundários. Mais completa a relação propósitos detalhados por Doug Fields, no livro “Um Ministério com Propósitos”: comunhão, adoração, discipulado (crescimento espiritual), evangelismo e serviço (ministério).
Fazendo a análise dos textos base para nosso estudo dos propósitos, temos a seguinte análise de Mt. 28.19-20 e Mt. 22.37-39:
EVANGELISMO: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações”
DISCIPULADO (CRESCIMENTO ESPIRITUAL): “batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar”
ADORAÇÃO: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento”
COMUNHÃO: “E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.
SERVIÇO (MINISTÉRIO): “todas as coisas que eu vos tenho mandado” “como a ti mesmo”

2.    DEFININDO OS PROPÓSITOS DA IGREJA
A Igreja de Cristo na Terra deve caminhar rumo ao seu destino vindouro, que é a glorificação por ocasião da volta do Senhor (1 Ts. 4.17), baseada em propósitos definidos. Vemos na práxis da primeira Igreja (comumente chamada de Igreja Primitiva) o cumprimento de todos os propósitos divinos no dia-a-dia da comunidade cristã (ler Atos 2. 40-47). Os propósitos não estão abaixo listados por ordem de importância, mas por motivação didática.

a)    COMUNHÃO
A comunhão é a unidade de propósitos e interesses dos salvos. Segundo Champlin, a palavra grega koinonia aparece 18 vezes na Bíblia, indicando o partilhar de alguma coisa (2 Co. 8.23), participar com algo (2 Co. 9.13) e também indica a partilha (Atos 2.42).
Comunhão é a unidade integral da Igreja que vive em amor. Não é simplesmente a amizade ou uma integração cultural. Ela sobrepuja a dimensão humana e é caracterizada pela unidade espiritual da Igreja como corpo de Cristo. Quando a Igreja vive este propósito, a comunhão atrai os não crentes para Jesus, através do bom testemunho dos salvos (Atos 2.44,47; Mt. 5.14) O agente de nossa comunhão é o próprio Espírito Santo (Rm. 8.14-16; 1 Co. 12.12-13).

b)   ADORAÇÃO
Adorar, na definição popular, significa prestar culto. Como crentes verdadeiros, Deus é o objeto da nossa adoração (Sl. 94.95-100). Embora haja várias formas, locais e posturas corporais para adorar a Deus, o que mais importa é a adoração que vem do coração (Jr. 29.13) e feita “em espírito e em verdade” (Jo. 4. 24), não deixando de ser um “culto racional” (Rm 12.1).
O mandamento de amar a Deus sobre todas as coisas é expresso em sua plenitude máxima através da verdadeira adoração. Porém, entendendo que o homem, criado para adorar a Deus, foi estigmatizado pelo pecado, vemos que os não-salvos buscam sempre uma “divindade” para ser adorada ou idolatrada, justamente pela necessidade intrínseca de demonstrar sua adoração. Assim sendo, o pecador tenta preencher o vazio de sua alma com a adoração vã e errônea, a falsa adoração, que nos tempos de Paulo chegou ao ponto de os gregos construírem um altar ao deus desconhecido (Atos 17.23,27), justamente por não conhecerem a verdadeira adoração. Portanto a Igreja tem o privilégio e a responsabilidade de ser um agente promotor e orientador da verdadeira adoração a Deus!

c)    SERVIÇO (MINISTÉRIO)
É importante termos uma visão do que significa biblicamente a palavra Serviço. No NT grego a palavra mais relevante no contexto de serviço é sem dúvida diakonia. Ela aparece cerca de 33 vezes e  em três formas: Diakoneo = servir (verbo), Diakonia = serviço (substantivo), Diakono = diácono (substantivo). Segundo diz Pr. Fred Bornschein, em seu livro “Diaconia – um estilo de vida”:
“Para a compreensão do substantivo diakonia (serviço) permanece no Novo Testamento a idéia básica da comunhão à mesa com o seu serviço peculiar (Atos 6.1). Podemos pensar no “partir do pão” nas casas, nos ágapes, nos quais os irmãos mais abastados proviam para os irmãos carentes (1Cor 11), nas igrejas nas casas, como, por exemplo, a casa de Estéfanas que praticava a diaconia (“sabeis que a casa de Estéfanas são as primícias da Acaia e que se consagraram ao serviço [diakonia] dos santos” - 1Cor 16.15). Este serviço, no qual as forças e os bens são investidos a favor dos outros, se revela como o elemento fundamental para a manutenção da comunhão (koinonia) ...
 Este serviço que envolve não apenas o dinheiro e os bens, mas, também, o corpo e a vida (2 Cor 8.5 - “E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus”), se torna uma força que dinamiza todo o Corpo de Cristo (Ef 4.12 - “com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo”). Por isso Paulo chama as funções carismáticas que são exercidas dentro da igreja de “serviços” [diakonia] (1 Cor 12.5 - “E também há diversidade nos serviços [diakonia], mas o Senhor é o mesmo”). Mas “diakonia” pode se referir, também, a um único carisma (Rom 12.7 - “se ministério [diakonia] dediquemo-nos ao ministério”).
Paulo amplifica o conceito de diakonia ainda mais quando ele se refere a toda a obra salvadora de Deus como a uma diakonia de Deus em Cristo a favor de todos os homens. Já no Velho Testamento havia uma diakonia de Deus, mas no sentido da lei e, por isso, da morte, da condenação (2 Cor 3.7,9). Mas por meio de Jesus irrompeu o ministério (diakonia) do Espírito, da justiça, da reconciliação (2Cor 3.8,9 - Como não será de maior glória o ministério [diakonia] do Espírito? Porque se o ministério [diakonia] da condenação tinha glória, muito mais excede em glória o ministério [diakonia] da justiça”). Este ministério foi confiado ao apóstolo que como embaixador de Cristo proclama: “Deixai-vos reconciliar com Deus”. “Mas todas as coisas provem de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Cristo, e nos confiou o ministério [diakonia] da reconciliação” - 2Cor 5.18-20). A palavra “diakonia”, de certa maneira, é, portanto, uma palavra técnica para se referir ao trabalho evangelístico.

Para sintetizar a ideia, o serviço cristão ou ministério (diakonia) é o trabalho que prestamos ao próximo (irmão na fé ou não) e, conseqüentemente ao Reino de Deus, motivados pelo amor de Deus e baseados no exemplo do Senhor Jesus (Jo. 13), que não veio para ser servido, mas para servir (Atos 10.45).

d)   EVANGELIZAÇÃO
Evangelização ou evangelismo é o ato de proclamar o evangelho (At. 1.8; Mc. 16.15) em cumprimento da Grande Comissão. Podemos dizer que este propósito é a missão máxima da Igreja, pois sem a proclamação do evangelho ninguém pode ser salvo, conforme lemos em Romanos 10.9-17.
O propósito de Deus na Grande Comissão (Mt.28.19-20) é a Evangelização Total: Ide TODO crente;  Por TODO o mundo;  Pregar TODO o Evangelho; A TODA a Criatura.
Todos os crentes são convocados a evangelizar. O local é todo o mundo (Atos 1.8). O alvo da pregação é toda a humanidade. O conteúdo da evangelização é todo o evangelho. Por evangelho entendemos as boas novas de Deus compreensíveis por todos os homens. O resumo da mensagem evangélica encontra-se no conhecido versículo de João 3.16: Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.
A mensagem salvadora do evangelho deve ser pregada, a tempo e fora de tempo (2 Tm. 4.2) e a Escola Dominical não deve perder o foco do evangelismo, pois sua origem foi baseada na evangelização e sua missão é “evangelizar enquanto ensina”.

e)    DISCIPULADO (CRESCIMENTO ESPIRITUAL)
O discipulado não é apenas um dos desdobramentos da evangelização, mas é a principal maneira de evangelizar. Evangelizamos enquanto discipulamos e discipulamos enquanto evangelizamos.
A definição atual diz que discipulado é o processo em que o novo convertido recebe todas as instruções indispensáveis ao crescimento de sua fé, até poder fazer outros discípulos.
Vemos na Grande Comissão que Jesus não deixou para a Igreja um Plano B para salvar a humanidade. Existe apenas um plano: a multiplicação através de discípulos fazendo discípulos (Mt. 28.19-20 / 2 Tm. 2.2). A igreja atual precisa retomar o modo que Jesus usava para evangelizar e formar discípulos há quase dois mil anos: relacionamentos pessoais e ministração da Palavra de Deus.

3.    O PROPÓSITO DO DISCIPULADO NA EBD
Conhecemos os propósitos bíblicos para edificação da Igreja, ou seja, a sua razão de ser. A Escola Dominical, como parte da Igreja, deve cumprir todos estes propósitos, especialmente o propósito do discipulado. Estudando este assunto compreendemos a necessidade hodierna de um diálogo e a oportunidade de cooperação mútua. Este será o tema de nossa próxima palestra.

III – CONCLUSÃO
Concluímos que toda ação da Igreja, e conseqüentemente da Escola Dominical deve ser dirigida pelos propósitos da Comunhão, Adoração, Discipulado, Evangelismo e Serviço. Rick Warren, em seu livro Uma Igreja com Propósitos, levanta uma questão importante sobre a motivação da Igreja: Qual é a força que direciona e motiva nossa Igreja?
Igrejas dirigidas pela tradição: “Nós sempre fizemos isso desse jeito”.
Igrejas dirigidas por personalidades: “O que o líder da Igreja quer?”.
Igrejas dirigidas pelas finanças: “Quanto isto vai custar?”
Igrejas dirigidas por programas: “Devemos concentrar no que foi planejado”.
Igrejas dirigidas por construções: “Formamos os nossos prédios e depois o prédios nos formam”.
Igrejas dirigidas por eventos: “A meta é manter o povo ocupado”.
Igrejas dirigidas por sem-Igrejas: “O que os sem-Igrejas querem?”
O modelo Bíblico: Uma Igreja dirigida por propósitos.
O segredo do crescimento da Igreja do NT, Igreja em Jerusalém, é que a  mesma era dirigida pelos propósitos de Deus. É por essa razão que ela superava os obstáculos, e crescia: “Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus; pois nós não podemos deixar de falar das cousas que vimos e ouvimos” (At 4.19-20).

PALESTRA NO COMPED 2011 - JARDIM EDILENE - JOINVILLE - SC


PALESTRA 02
EBD X DISCIPULADO: A NECESSIDADE HODIERNA DO DIÁLOGO, A OPORTUNIDADE DE COOPERAÇÃO MÚTUA

I – INTRODUÇÃO

            A Grande Comissão dada por ocasião da ascensão do Senhor Jesus é uma ordenança multíplice. Sabendo disso, se a Igreja dedicar-se a apenas uma faceta desta importante tarefa, com certeza não cumprirá integralmente o intento original de Cristo. Ao edificar a “sua Igreja” (Mt. 16.18) e confirmá-la (Atos 1.8 / Atos 2.1ss), Jesus tinha em mente não só o anunciar o evangelho (gr. kerigma: proclamação), mas também a formação de discípulos (gr. Mateteuo: fazer discípulos) e a educação cristã (Ef. 4.11-16). Conforme leitura de Atos 5.42, na Igreja a Igreja do NT cumpria estes propósitos: E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e de anunciar a Jesus Cristo.

1.     DEFINIÇÕES:

a) DISCIPULADO
(Lat. Discipulatus) S. m. Conjunto dos alunos de uma escola. Aprendizado. Estado de quem é discípulo. Definição Bíblica: Fazer discípulos. Em Mateus 28.19-20: “Fazei discípulos” v.19 (gr. Mateteuo). “Ensinar” v. 20 (gr. Didasko). Definição Corrente: “O discipulado Cristão é um relacionamento de mestre e aluno, baseado no modelo de Cristo e seus discípulos, no qual o mestre reproduz tão bem no aluno a plenitude da vida que tem em Cristo, que o aluno é capaz de treinar outros para ensinarem a outros” (Keith Phillips).
b) DISCÍPULO
S.m. O que recebe disciplina ou instrução de outro; aluno. Pessoa que adota uma doutrina: ex.: discípulo de Platão. O que segue as idéias ou imita os exemplos de outro: ex.: discípulo de Hegel. Definição Bíblica: A palavra discípulo (gr. Mathetés) aparece 269 vezes nos Evangelhos e em Atos. Significa “pessoa ensinada, treinada, aluno, aprendiz”. Definição Literária: Gary W. Kuhne em seu livro “O Discipulado Dinâmico”, define discípulo como “um crente que está crescendo em conformidade com Cristo, está dando frutos no evangelismo, e fazendo o trabalho de aconselhamento para conservação dos frutos”.

II – DESENVOLVIMENTO:
DISCIPULADO X EDB: UM DIÁLOGO NECESSÁRIO

1.    TRANSFORMANDO NOSSOS MESTRES EM DISCIPULADORES
Cada professor da EBD é um discipulador em potencial. Por isso, cada professor deve fazer discípulos. Segundo Pr. Marcos Tuler, os requisitos necessários para o professor se tornar um discipulador são os seguintes:
a) Ser chamado por Deus para o ministério do ensino (Ef 4.11,12).
Os professores da EBD são freqüentemente escolhidos pelos líderes e não vocacionados por Deus. Os vocacionados têm esmero (dedicação): "...se é ensinar, haja dedicação ao ensino" (Rm 12.7b). Esmero significa integralidade de tempo no ministério - estar com a mente, o coração e a vida nesse ministério. Ser professor é diferente de ocupar o cargo de professor.
b) Ter um relacionamento vital e real com Jesus Cristo. O que representa este relacionamento? Cristo é seu salvador pessoal; salvo-o de todo o pecado e é também Senhor e dono da sua vida.
c) Esforçar-se em seguir o exemplo de Jesus. Jesus é o maior pedagogo de todos os tempos; usou todos os métodos didáticos disponíveis para ensinar.
d) Reconhecer a importância da sua tarefa e encará-la com seriedade. Qual importância? Quando um investimento espiritual é feito em outra vida, você participa de toda a glória das recompensas espirituais que serão colhidas através da vida, para sempre. O apóstolo Paulo disse aos tessalonicenses: "Vós sois a nossa glória e nosso gozo" (1 Ts 2.20). Por que seriedade? Por causa do juízo: "...meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo" (Tg 3.1).
e) Lealdade. No apoio ao pastor; na assistência aos cultos; na participação no sustento financeiro.
f) Disposição de aprender. O homem é um ser educável e nunca acaba de aprender. Aprendemos com os livros; com nossos alunos; aprendemos enquanto ensinamos. "Não há melhor maneira de aprender do que tentar ensinar outra pessoa." Quando não sabe uma resposta, é melhor ser honesto e dizer que não sabe.
g) Saber planejar suas aulas. Ter objetivos claros e definidos em cada etapa do ensino.
·                O que pretendo alcançar (Objetivos)
·                Como alcançar (Métodos e recursos)
·                Em quanto tempo (cronograma)
·                O que fazer e como fazer (Procedimentos de ensino)
·                Como avaliar o que foi alcançado (Avaliação)
h) Entender o processo de aprendizagem.
·                Até o séc XVI, a prender era memorizar.
·                Séc XVII, fórmula de "Comenius": compreensão, memorização, aplicação.
·                Hoje, a aprendizagem é um processo: lento, gradual e complexo - aprender é modificar o comportamento.
i) Conhecer variados métodos de ensino. 
j) Ensinar com motivação.
O professor não motiva, incentiva. Deve saber e dominar o que vai ensinar. Conhecer bem a Palavra, o currículo e a lição daquele dia. Este conhecimento deve fazer parte de sua experiência.
l) Despertar o aluno para a salvação e o crescimento espiritual. "Ele está se tornando semelhante a Cristo?"
m) Viver o que ensina.
n) Ser crente integrado à sua igreja: presença nos cultos e atividades da igreja; dizimista; manter-se distante dos ventos de doutrinas; eticamente correto.”

2.    CONHECENDO NOSSOS ALUNOS
Quem são nossos alunos? No caso do discipulado, são novos convertidos. A diferença e a ênfase estão justamente nisto: não são alunos comuns. São como crianças recém-nascidas em Cristo. A linguagem e a abordagem devem ser diferentes.
Para que o mestre possa ganhar vidas para Jesus e torná-los discípulos do Senhor ele precisa conhecer melhor seus alunos. Você conhece seus alunos? Vamos fazer um teste. Pense em três novos convertidos de sua igreja e responda às perguntas abaixo:
·  Sabe o nome deles?
·  Pode lembra-se onde eles moram?
·  Sabe a data do aniversário deles?
·  Sabe como vão indo nos estudos ou no trabalho?
·  Mantém boas relações com suas famílias?
·  Conhece algum problema em particular?
·  O que poderia dizer sobre seu testemunho cristão?
·  Há alguma coisa especial de que necessitam?
·  Quando foi que aceitaram a Cristo?
Outra pergunta pertinente: o seu aluno é um seguidor ou um discípulo?
Vejamos as diferenças entre o seguidor e o discípulo: Todo discípulo é um seguidor, mas nem todo seguidor é um discípulo. O seguidor se sustenta para resto de sua vida com o leite espiritual (Hb 5.12); o discípulo é desmamado para servir (1 Sm 1.23,24). O seguidor se ganha, o discípulo se faz. O seguidor adora a Deus em cada culto, o discípulo adora a Deus em todo tempo. O seguidor pertence a uma instituição, o discípulo é membro do corpo de Cristo. O seguidor costuma esperar pães e peixes, o discípulo é um pescador. O seguidor luta para crescer, o discípulo, para reproduzir. O seguidor às vezes reclama, o discípulo obedece e nega-se a si mesmo. O seguidor costuma ser condicionado pelas circunstâncias, o discípulo aproveita as circunstâncias para exercer a sua fé. O seguidor reclama que não lhe visitam, o discípulo visita. Os seguidores esperam por milagres, os discípulos operam milagres. Os seguidores costumam como soldados aquartelados, os discípulos são soldados invasores das trincheiras inimigas. O seguidor sonha com a igreja ideal, o discípulo trabalha para igreja real. O seguidor espera um avivamento, o discípulo é parte dele. O seguidor se lamenta por não ter ambiente na congregação, o discípulo cria ambiente na congregação. O seguidor acha defeitos na Igreja, o discípulo a vê como a Noiva do Cordeiro. O seguidor é importante, mas o discípulo é indispensável!

3.    O PROCESSO DO DISCIPULADO NA EBD
            O processo do discipulado através da EBD é o mesmo do que o discipulado convencional. As etapas do discipulado se desenvolvem como a existência humana. Jesus sempre comparou a vida física à vida espiritual (João 3.7). Nosso alvo no discipulado é levar o neo-converso de João 3.16 até 1 João 3.16.

a)    GRAVIDEZ (EVANGELISMO)
            No evangelismo é plantada a semente no coração da pessoa (Mateus 13.3-23). Por isso a EBD deve sair das quatro paredes das salas de aula e alcançar as vidas que estão lá fora, no mundo, para semear.
Depois de plantada, a semente começa a germinar e a brotar. Isto é comparável ao parto. Toda mulher quando está dando a luz, normalmente sente dores de parto. Ela grita, geme, até chora. O mesmo deve suceder no seio da igreja (Gálatas 4.19). Na hora em que o mestre, evangelizador ou discipulador estiver fazendo o apelo, convidando a pessoa a se entregar a Jesus, a Igreja ou a Classe deve estar sentindo as dores de parto, ou seja orando, gemendo e até chorando. Então, com a cooperação de todos, o milagre do novo nascimento acontece.

b) NASCIMENTO (CONVERSÃO) (JOÃO 3.7)
Nos hospitais as enfermeiras auxiliam os médicos no parto.  Isto nos fala que na hora do evangelista ou o mestre carecem de auxiliares, de alguém que vá ao pecador e carinhosamente faça-lhe o convite do novo nascimento, estendendo-lhe a mão amiga.

c) CUIDADOS ESPECIAIS (SONDAGEM E PRÉ-DISCIPULADO)
            O recém-nascido precisa de cuidados especiais. Ele precisa ser identificado (recebe um nome) e recebe todas as condições necessárias (roupas, leite materno, remédio se for o caso). Quanto ao novo convertido não é diferente. Devem ser recepcionados imediatamente após a conversão e identificados, através da "Ficha de Decisão". Qual a finalidade da identificação? 1) Ter como localizá-lo. 2) Conhecer a realidade dele. Sondagem ® Coleta de dados ® Conhecimento da realidade ® Diagnóstico ® Estratégia de Trabalho
- São totalmente dependentes espiritualmente. Só conseguem digerir os aspectos mais simples das verdades espirituais. "Com leite vos criei e não com manjar, porque ainda não podíeis, nem tão pouco ainda agora podeis" (1 Coríntios 3.1-3).  Precisam ser alimentadas por outrem. Um recém-nascido não pode alimentar-se com o mesmo alimento de um adulto. Começa com: Leite Materno, depois Nestogênio, Lactogênio, Ninho Instantâneo, Verduras e etc. Que lição tiramos daqui? Não podemos alimentar o novo convertido com comida forte.
            Não haverá crescimento espiritual independente da Palavra de Deus. "Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo" (1 Pe 2.2).
- Têm dificuldade em falar (de explicarem a razão da fé).
- Falta-lhes um senso adequado de valores. Agarram-se a detalhes sem importância, em vez de aprenderem o que tem realmente valor. Eles se escandalizam facilmente.
- Cuidando da saúde do recém-nascido. Não o deixe descalço (Efésios 6.15). Não o deixe com roupas espirituais sujas (Eclesiastes 9.8). Não o deixe com fome (Mateus 14.16).

d) CRESCIMENTO (EDIFICAÇÃO)
.
Toda criança em fase de desenvolvimento manifesta sua vocação. O novo convertido em fase de crescimento espiritual, também manifesta sua vocação ou talento, entregue por Deus para o bom andamento da obra.
Ajude o novo convertido a descobrir sua vocação. Como ajudar? Dando-lhe oportunidade para desenvolver o talento. Desafie-o a levar outras pessoas a Cristo e trazê-las na EBD.

e) FASE ADULTA (MATURIDADE CRISTÃ)
Mesmo na fase adulta os pais acompanham os filhos no seu trabalho, nos estudos e no casamento, mais de longe, mas sempre orientando quando são procurados. Da mesma forma, nesta fase o Cristão já está apto a assumir suas próprias responsabilidades, mas o discipulador, o “pai na fé” será consultado sempre para orientar em assuntos difíceis.

f) REPRODUÇÃO (MULTIPLICAÇÃO DE DISCÍPULOS)
Esta fase é quando o filho passa a ser também pai, assumindo a responsabilidade de cuidar de outra vida, assim como foi cuidado quando era criança. Assim o ciclo se repete: o discípulo passa a ser um discipulador, ou seja, acontece aí a multiplicação. Ler novamente 2 Timóteo 2.2.

III – CONCLUSÃO:

Concluímos que o exemplo da Igreja do NT em Atos 5.42, deve ser seguidos por nós nos dias atuais. Ensinar e anunciar são os deveres da Escola Dominical e do Discipulado. É impossível conceber o avanço do Cristianismo sem cumprirmos este papel. E estes dois ministérios podem e devem cooperar mutuamente para o Cumprimento da Grande Comissão.

IV – APÊNDICE:

PORQUE A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL DEVE DISCIPULAR:
a) Discipular é o cumprimento dos propósitos de Deus para a Sua Igreja.
b) Discipular é uma das maneiras mais estratégicas de se ter um ministério pessoal ilimitado.
c) Discipular é o mais flexível dos ministérios.
d) Discipular é a maneira mais rápida e segura de mobilizar todo o corpo de Cristo para evangelizar.
e) Discipular tem um potencial de mais longo alcance para produzir frutos do que qualquer outro ministério.
f) Discipular propicia à igreja local excelentes líderes.
g) Discipular é um antídoto contra as heresias.
V – BIBLIOGRAFIA:

Apostila. Discipulado – Ensino Dinâmico para Novos Convertidos. Joary Jossué Carlesso. Fraiburgo, 2002.
Apostila. Desafios Pós-Modernos da Formação Cristã – O Discipulando. Pr. Esdras Costa Bentho. 3º SIMECC – Simpósio De Educadores Cristãos de Caçador, 2009. (Usado com permissão do autor)
Apostila. Ensino Dinâmico para novos convertidos. Pr. Marcos Tuler. 2º SIMECC – Simpósio De Educadores Cristãos de Caçador, 2008. (Usado com permissão do autor)
Apostila. Integração e Discipulado do Novo Crente. Pr. Esdras Costa Bentho. 1º SIMECC – Simpósio De Educadores Cristãos de Caçador, 2007. (Usado com permissão do autor)
Apostila. Seminário: Formação de Líderes de Discipulado. Joary Jossué Carlesso. Caçador, 2009.
BARTH, Karl. Chamado ao Discipulado. São Paulo: Fonte Editorial, 2005.
BÍBLIA SAGRADA. Versões: Almeida Revista e Atualizada; Nova Tradução na Linguagem de Hoje, Nova Versão Internacional, Almeida Corrigida Fiel. Editoras Diversas.
BREEN, Mike & KALLESTAD, Walt. Uma Igreja Apaixonante. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
DICIONÁRIO ONLINE. www.dicio.com.br. Acesso em 05 de maio de 2011.
DORNAS, Lécio. Socorro! Sou Professor da Escola Dominical. São Paulo: Hagnos, 2002.
Internet. www.escoladominical.com.br. Artigo: Ensino Dinâmico para novos convertidos. Pr. Marcos Tuler. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. (Usado com permissão do autor)
Lições Bíblicas. Discipulado e Integração. Comentário: Pr. Geremias do Couto. 1º Trimestre de 1996. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.
Lições Bíblicas. Movimento Pentecostal: As doutrinas da nossa fé. Comentário: Pr. Elienai Cabral. 2º Trimestre de 2011. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.
Livro: IX EEDUC. Igreja Educadora: Um desafio participativo. Palestra: Pr. Benjamin Ângelo de Souza. Itajaí: Etebras, 2008.
Livro: VI EEDUC. O Ofício Educacional da Igreja. Palestra: Pr. Eliezer Morais. Itajaí: CEC – CIADESCP, 2005
MELLO, Cyro. Manual do Discipulador Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
MENDES, Naamã. Igreja Lugar de Vida. Venda Nova: Editora Betânia, 1993.
PHILLIPS, Keith. A Formação de Um Discípulo. São Paulo: Editora Vida, 2005.
QUEIROZ, Edson. Igreja Local e Missões. São Paulo: Edições Vida Nova, 1998.
WARREN, Rick. Uma Igreja com Propósitos. São Paulo: Editora Vida, 1998.
CHAPLIN, R. N. & BENTES, J. M. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. São Paulo: Hagnos, 2001.
BORNSCHEIN, Fred. Diaconia – um estilo de vida. Curitiba: GRAFIVEN, 2005.