segunda-feira, 16 de julho de 2012

MISSÕES: CASA DE AMPARO EM GUINÉ-BISSAU





Vista parcial da Casa de Amparo, tendo ao fundo a camioneta da Igreja.


     A Casa de Amparo, surgiu devido a um grave problema que foi enfrentado pela missão desde a sua chegada na Guiné-Bissau, que é a questão do casamento forçado, isto é, meninas são dadas em casamento sem o seu conhecimento ou consentimento, e na maioria das vezes a homens casados e que tem varias mulheres na casa.
     Seguindo uma tradição milenar, os país, os tios ou os irmãos mais velhos, são quem  decidem para quem serão dadas as meninas da morança, morança é a casa onde vive o homem mais velho de cada familia e a quem todos tem que obdecer.
     A Igreja Evangelica e outras missões que aqui trabalham entendem que esta questão está ligada a cultura e por isso nada fazem para dificultar ou coibir tais praticas, mesmo entre familias ligadas a Igreja.
     A Assembléia de Deus Guineense, desde a sua fundação adotou um posicionamento contrario a esta pratica, informando a todos que as leis da Guiné-Bissau não autorizam o casamento força e antes pelo contrario o clasificam como crime, mas infelizmente até o momento ele ainda continua praticado em todo o país, especialente em regiões do interior onde não existem escolas e nem tribunais.
    O pastor Claudio Silva, foi uma voz sempre a soar contra tudo aquilo que é praticado nesta nação, mas que é contrario a legislação vigente e ainda que tais praticas estejam ligadas diretamente a cultura daqueles povos etnos foi todavia abolida por leis nacionais.
     Algumas histórias envolvendo meninas que foram salvas do casamento forçado na Guiné-Bissau envolvendo o pastor Claudio são dignas de registro, como o caso da Admá, que hoje é esposa do Augusto Sanhá supervisor da região Sul III,  e outras tantas.
     Se a Admá, foi resgatada e teve uma linda sorte, outras não tiveram a mesma sorte, como a irmão do Humaru Na Hosna, supervisor do Sul I, que após ter ficado 11 dias trancada em um quarto na casa do homem a quem foi dada como mulher para não fugir e nos quais não comeu e nem bebeu tendo permanecido orando, aproveitando-se de que os moradores da casa faziam uma festa e todos dançavam, ela conseguiu escapar e fugir, mas ao darem falta dela a perseguiram, ela cometeu um erro fugiu na direção da sua Tabanca que ficava a varios kilometros de distancia e para lá chegar teria que atravessar um largo rio na nado, ela ainda que nadava muito bem, não reunia condições fisicas para enfrentar a correnteze da maré e foi arrastada por ela, tendo perecido na luta contra a torrente das águas.
     Os perseguidores da menina Na Osna a encontraram morte a margem do rio no dia seguinte, ali mesmo fizeram uma cova e a sepultaram, sem nenhuma consideração, a sua fé ou a sua vida ainda adolecente.
     Só uma semana depois o irmão Humaru foi informado, e tendo recorrido ao auxilio da plicia da região foi ameaçado de ser preso se falasse no assunto ou se o denuncia-se em outra instancia, somente depois da intervenção da Igreja e da chegada do Dr.Jaimiro Tunga, que era seu familiar e representava a Igreja a policia local concordou em abrir um processo contra os criminosos, mas até hoje o caso ficou sem nenhuma solução.
     São centenas de meninas, que são levadas a casamento forçados a cada ano neste país, e na maioria das vezes as pobres meninas sem congitam do que estão preparando para elas, só sabem no dia que ela deve acompanha-los para ser entregue ao se marido, que ela nem conhece e que ao chegar na Tabanca para onde é levada descobre que o seu marido aquem foi dada para mulher é um velho que já tem varias mulheres e algumas dezenas de filhos.
     Alguns litros de cachaça, são suficientes muitas vezes para adquerir uma linda jovem como mulher, a qual desconhece tais transações até o dia em que é levada a casa do homem que a comprou.
     Quase sempre  as meninas são dadas em casamento em acordo entre duas ou mais familias, e em Tabancas fora da sua morança, pois que o pai ou o tio da menina que a deu em casamento irá receber em troca uma outra menina da Tabanca para onde a menina sera enviada a casar com algum homem que nunca tinha visto antes.
     Muitas destas meninas são crentes, e ao serem levadas a força são normalmente espancadas quando regeitam casar-se com um velho a quem foi vendida, varias delas foram espancadas até a morte, como é o caso da sobrinha do pastor Pansau que morreu recentemente em uma Tabanca no sul do país.
     Casos como os relatados acima, fizeram que fosse aberta uma Casa para amparar as meninas que fogem ao saber que está para ser levado ao seu futuro dono.
     Os grandes desafios que a Assembléia de Deus tem assumido na Guiné-Bissau, tem confirmado que esta obra é realmente um marco da fé e constancia naquilo que tem sido posto como o evangelho de Cristo, pois que até o momento nenhuma Igreja ou pessoa individual tem ajudado com nenhum valor o projeto da Casa de Amparo, mas tanto os alugueis dos dois predios, como a alimentação das meninas ali abrigadas tem sido um milagre de cada dia, um pão para cada uma delas a cada dia, dados unicamente por milagre divino.
     O pastor Claudio Silva, que implou e mantem tudo o que é feito ali até o dia de hoje, como um verdadeiro gigante tem derrubado mitos, crendiçes, tradições e costumes que são contra o evangelho de Cristo, e imposto uma nova visão do evangelho neste país.
     Pedimos muita oração, se poderem façam conhecido estes desafios a sua famailia e a sua Igreja, para que mais vozes se levantem em oração, intercessão ao Senhor Deus dos céus em favor destas pobres meninas indefesas, que são arrastadas como animais e a quem lhes é negado o direito que entendemos serem fundamentais ao ser humano, que é a escolha com quem casar-se e formar a sua familia.
     As instalações da casa de Amparo, possui varias dependencias, entre elas estão 4 salas amplas, 8 dormitorios, sendo dois suites, 4 banheiros, duas cozinhas, e dependencias no anexo construido aos fundos, com uma area construida de cerca de 800 m2, e um terreno que ocupa uma area de cerca de: 1.500 m2.
     O irmão Mamadu Na Quilna e sua esposa, a irmã Celestina, são os responsaveis pela casa e residem no local para cuidar das meninas ali residentes, é auxiliado pela missionária Helena Ramiro, que os ajuda na administração, ainda que aquela nao resida na casa de Amparo, mas na sede da Missão.


Vista parcial do predio da casa de Amparo, com as telhas de zinco da parte da garagem danificadas pelos fortes ventos que ocorreram em Bissau na semana passada.

Conheça mais sobre este projeto missionário e outros no site:
Missionários associados.

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